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IBEA Instituto Brasileiro de Engenharia, Arquitetura e Proteção Ambiental
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Silvania Budoya Bujan Lamas
A Cidade que sonhamos Sonhar é um privilégio do ser humano, através dos sonhos nos entregamos às fantasias e devaneios. Muitas vezes sonhamos acordados, com o desejo veemente de que um dia os sonhos se tornem realidade. Ao contemplamos nossa cidade de São Roque, com beleza natural invejável, clima ameno e agradável, viajamos através da imaginação. O primeiro desejo é de morar numa cidade justa, onde as leis são respeitadas e cumpridas, onde os dirigentes estejam preocupados com o bem estar do cidadão e o progresso da cidade, trabalhando incansavelmente para o bem comum. Que tenhamos educação de qualidade (da creche a faculdade), onde nossos filhos serão educados, tornando-se homens dignos e honestos. Que a saúde seja um direito de todos e não um privilégio de poucos, com atendimento médico hospitalar digno e eficiente. Sonhamos com uma cidade segura, onde possamos sair as ruas, a qualquer hora do dia ou noite, sem medo de assaltos, violência e drogas. Uma cidade em que o Poder Executivo seja atuante, preocupado com o povo e comprometido com o crescimento do município. Com um Poder Legislativo compromissado com a qualidade de vida da população, fazendo leis e fiscalizando os órgãos administrativos, sempre em defesa do povo e da cidade. Mas infelizmente nos deparamos com nossa triste realidade, com a cidade estagnada no tempo, carente de tudo, a mercê do abandono. Os funcionários públicos estão desmotivados, sem esperança de melhora e sem perspectiva de progresso, reivindicam a várias gestões, planos de carreira, valorização e remuneração adequada para seu trabalho. A população em geral está abandonada, faminta, sem habitação e sem saúde. Os enfermos mais graves esmolam atendimento em outros municípios, muitos deles passando a noite nas filas dos hospitais de SP, sem dinheiro para o transporte e com fome. Nos lares várias pessoas vivem da aposentadoria do patriarca da família, uma vez que, o emprego desapareceu a muito tempo de nossa Cidade. Se, como brasileiros, estamos amparados pela Constituição da República Federativa do Brasil, no Artº 5º que diz “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza... com direito à vida, à liberdade, à igualdade...” e no Artº 6º “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados...”, por que nossa cidade e população estão nessas condições?Devemos todos trabalhar para que nossos sonhos se tornem realidade, construindo uma Cidade mais justa e solidária, onde todos possam ter os mesmos direitos e deveres.
Autora: Silvania Budoya Bujan Lamas Arquiteta / Engenheira de Segurança Publicada no Jornal O Democrata – 2005 – São Roque
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É UM ATO DE CIDADANIA COBRAR DOS ORGÃOS PÚBLICOS A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO NATURAL
S.O.S. Mata da Câmara
Silvania Lamas
A Mata da Câmara é um dos últimos núcleos de Floresta Tropical Atlântica, com temperatura média de 20º C, formação rochosa de quartzo e biotita e várias nascentes formando cursos d’água, seu manancial serviu durante anos e anos a população de São Roque no abastecimento de água potável. Foi transformada por lei em Parque Natural em 16/03/99, passou a ser um dos pontos turísticos da cidade onde foi construída uma sede que é usada para aulas de ecologia e meio ambiente.
Recebe alunos das escolas municipais, visitantes, ambientalistas e turistas de várias partes do país, onde fazem caminhadas, pesquisas e contemplam a vegetação fechada e exuberante que guarda e preserva espécies da flora, sendo que algumas espécies são consideradas em extinção Hoje, infelizmente, o Parque Natural da Mata da Câmara está abandonado, sem conservação e manutenção. A vegetação toma conta dos caminhos, obstáculos como troncos de árvores caídos e arbustos com grande quantidade de cipó dificultam a caminhada pelas trilhas. Outro ponto que causa tristeza, para os que puderam contemplá-lo nos seus dias de glória é o Lago que devido à falta de conservação foi tomado totalmente pela vegetação e quase desapareceu pelo assoreamento das laterais. As nascentes estão em completo abandono e seus cursos comprometidos por obstáculos não conseguindo desaguar no lago. A Mata não é cercada, e animais domésticos como cavalos e outros entram comprometendo a vegetação, sujando de dejetos os caminhos e contaminando as nascentes. São Roque é privilegiada por sua exuberante flora e conta com recursos naturais que podem trazer divisas, destaque e turismo bastando somente vontade política. A Associação da Juventude Ecológica, por seu Presidente Sr. Osvaldo Lucio Marcelino (Sorriso), vem trabalhando a anos para preservar, cuidar e divulgar a Mata Atlântica. Possui projeto para desenvolvimento do parque e infraestrutura para melhorias das condições locais, com o intuito de receber turistas e ambientalistas de todas as partes do país e do mundo. Trabalham também para reconstruir a antiga casinha de pau-a-pique, que era o símbolo da mata e não existe mais, pois foi demolida na administração anterior. A Mata da Câmara pede “S.O.S.” ao cidadão sanroquense e ao poder público para não deixar morrer a reserva da Mata Atlântica que nos foi dada pela natureza e hoje corre o risco de deterioração.
Silvania Budoya Bujan Lamas
Arquiteta / Engenheira / Ambientalista
[email protected]
Artigo publicado no Jornal O Democrata
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